Palavras do Rabino Pablo Berman
31 de julho de 2020
Shabat Parashat Vaetchanan Nachamu
O Livro de Devarim (Deuteronômio)
é integralmente uma reflexão de Moshe em volta de todos os acontecimentos
transcorridos nos 40 anos de perambular pelo deserto, escreve o autor
israelense Yair Agmon. E quando Moshe relata no texto da Torá dessa semana o
evento acontecido no Monte Sinai, resulta muito importante para ele destacar um
ponto bem especifico, até misterioso: “A
voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma... pois nenhuma figura vistes no dia
em que Deus falou com vocês do meio do fogo.
A lembrança mais decisiva e definitiva de “Maamad Har Sinai” (evento do Monte Sinai) é importante para Moshe deixar só em áudio. E resulta interessante porque tinha coisas para ver lá. Foi tudo tão fora do natural o que aconteceu lá na frente do povo de Israel que sem dúvida era para ficar de olhos abertos para sempre. Tinha fogo, fumaça, a montanha que tremia, se balançava, relâmpagos, trovões, tudo ao mesmo tempo. Imaginem! Porque Moshe esquece de tudo isso e lembra só os sons desse evento inacreditável!
A lembrança mais decisiva e definitiva de “Maamad Har Sinai” (evento do Monte Sinai) é importante para Moshe deixar só em áudio. E resulta interessante porque tinha coisas para ver lá. Foi tudo tão fora do natural o que aconteceu lá na frente do povo de Israel que sem dúvida era para ficar de olhos abertos para sempre. Tinha fogo, fumaça, a montanha que tremia, se balançava, relâmpagos, trovões, tudo ao mesmo tempo. Imaginem! Porque Moshe esquece de tudo isso e lembra só os sons desse evento inacreditável!
As
imagens visuais começam e terminam. E podem permanecer em nossas mentes, mas
com o passar do tempo começamos a confundir elas e já não temos a certeza o que
aconteceu e o que não aconteceu. E apesar que podemos fazer vídeos de cada
instante de nossas vidas, a maioria de nós não faz isso. Mas os sons, os
timbres, as vozes, as melodias, ficam para sempre em nossas mentes. São únicas,
e sempre voltam. Sempre ouvimos seu eco, eterno, imortal, permanente. Não
podemos encostar neles, não podemos apalpar. Esses sons acontecem nas
profundezas das nossas mentes, naquele lugar que só nós podemos entrar, andar e
atravessar.