Palavras do Rabino Pablo Berman

24 de setembro de 2021

Shabat Chol Hamoed Sucot

Pessach, Shavuot e Sucot são, dentro da tradição judia, os Shloshet Haregalim, as três festividades centrais, que se constituíam na antiguidade com a peregrinação a Ierushalaim. As três festividades têm pontos em comum. Cada uma dessas festividades judaicas tem sua perspectiva histórica, que a relaciona com fatos pontuais da história judaica e, por outro lado, uma perspectiva que tem a ver com a agricultura, com o ciclo da natureza e com a Terra de Israel.  

Pessach e Shavuot, no sentido histórico, recordam a saída do Egito e a entrega da Torá. Também o vemos no nome que têm estas festas na tradição judaica, Zman Cheruteinu, e Zman Matan Toratenu. Com relação a Sucot, o texto da Tora é:  

“Le maan iedu doroteichem ki ba sukot oshabti en benei Israel be otzihi otam me eretz mitzraim”. “Para que saibam as gerações que virão, que em Sucot fiz morar o povo de Israel quando os tirei do Egito”.
 

Ou seja, não apenas que devemos recordar cada ano, mas que devemos construir uma Sucá, e sentarmos nela como o fizeram nossos antepassados. É na realidade uma representação real do que viveram nossos antepassados convertendo-se em algo em nosso presente, em nossa realidade. É a sabedoria dos sábios que criaram uma cenografia magistral, em Pessach comemos Matza, o mesmo alimento que comiam os escravos no Egito, e nos sentamos em volta de uma mesa e dizemos: isto aconteceu conosco no Egito! Do mesmo modo em Sucot entramos na História, assomamos a cabeça ao nosso passado que vira presente. Que continua eternamente. Essa é a essência do judaísmo.