Palavras do Rabino Pablo Berman

17 de julho de 2020

Shabat Parashat Matot - Masei

O texto da Torá tem muitos problemas com as promessas. E o assunto não é menor. Os primeiros versículos da porção dessa semana desenvolvem os “nedarim” e as “shevuot”, nem todas as promessas são iguais. Existem diferentes tipos, poderia dizer, ou diferentes níveis. Mas a Torá sugere: não faça promessas se não vai cumprir. Muita atenção quando você se impõe a si mesmo promessas que no percurso do tempo você não irá concretizar.  

Kol Nidrei, a tefilá que inicia Yom Kipur e, com o decorrer do tempo, se transformou sem dúvida na “Tefilá” do dia mais sagrado do ano, não é outra coisa que uma lista de todas as promessas, ou seja, todos os tipos de promessas que a lei rabínica nos ensina, e onde pedimos, no início do ano, que todas elas sejam anuladas, de modo a poder começar o ano sem promessas descumpridas.  

Mas vejamos o que nos ensina o Aderet Elyahu: A Torá já no início enuncia: “Quando uma pessoa fizer voto a Deus, ou fizer juramento, ligando a sua alma com obrigação, não violará a sua palavra: segundo tudo o que saiu da sua boca, fará”. Kol divur shel Mitzva, toda expressão de Mitzva que nasce da boca da pessoa, forma ou concebe um anjo.  

Imaginem a força que tem a palavra, e a seriedade que significa prometer coisas e depois descumprir. Criamos anjos cada vez que falamos. Cada vez que abrimos a boca. Mas o Aderet Elyahu não especifica o tipo de anjos que chegam a esse mundo a partir das nossas palavras. Se soubéssemos mais de um cuidaria cada letra de cada palavra que fala. Para pensar né?