Palavras do Rabino Pablo Berman

30 de abril de 2021

Shabat Parashat Emor

Os ciclos de 7 sem dúvida são fundamentais e essenciais no texto da Torá. Cada 7 dias o dia sagrado de Shabat, Pessach 7 dias, a contagem do Omer 7 vezes 7 até chegar a Shavuot e a entrega da Lei, da Torá, na montanha do Sinai. 7 dias de Sucot. As 7 voltas da noiva em volta do noivo embaixo da Hupá, as 7 voltas das retzuot (correntes) dos tefilin. Tudo no judaísmo nos remete ao número 7, ao ciclo de 7 que se revela em todos os aspectos da vida.  

Neste capítulo da Torá a sequência das festividades nos permite observar esse ciclo em todo o seu esplendor. Não temos outro capítulo da Torá onde possamos ver todas as festividades reunidas como na Parasha desse Shabat, Emor. O eterno ciclo de sete dos tempos bíblicos sagrados. Estes são tempos de interrupção dos trabalhos, que devem ser respeitados e os textos lidos em tempos pré-determinados e conhecidos na Torá, uma leitura pública que estabelece a comunidade de memória judaica em torno do perpétuo sétimo ciclo.  

O número 7, “sheva” em hebraico provém da palavra “shevua”, juramento ou aliança. Disso nos relata o texto. O juramento eterno de Israel que se compromete a convocar e a reunir o povo nessas datas sagradas, e ensina claramente a essência das Mitzvot como um período eterno de descanso e regozijo. Segundo os Cohanim (sacerdotes), toda pessoa do povo Israel tem 70 dias sagrados cada ano, datas de convocação de Deus para lembrar cada um dos eventos cruciais para a história e o destino do nosso povo.