Palavras do Rabino Pablo Berman

29 de janeiro de 2021

Shabat Beshalach, um povo.

O texto da Torá inicia esse Shabat com as seguintes palavras:  
“E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte ao Egito”.  

Entendemos que tinha diferentes opções para que o povo de Israel caminhasse rumo a Canaan, a Terra Prometida. Uma das opções é precisamente a que nosso Pasuk (versículo) nos indica, “o caminho da terra dos filisteus que estava mais perto”, mas Deus preferiu por precaução levar o povo pelo caminho mais longo. E nossos sábios se perguntam porque Deus não levou o povo, apesar de tudo pelo caminho mais curto, e no caso acontecia uma guerra com os filisteus, Deus poderia ter feito alguns milagres e salvar sem problema Israel da guerra e vencer com um triunfo admirável!  

Mas a resposta é não. Porque desde a hora que o povo de Israel virou um “povo” e aquele povo, no passado escravo, e agora livre não podia estar sujeito ou esperando que aconteçam só milagres. Era hora de se defender sozinhos.  

Às vezes, esperamos que aconteçam milagres e que a mão de Deus desça para salvar seu povo das contingências e fragilidades da vida. Mas, às vezes, devemos ser adultos suficientes para entender que os milagres acontecem também graças à forca da sabedoria, sensatez e critério do ser humano.